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Porcelain2Doll — Um Embrulhinho Felpudo-Parte 1
Published: 2007-10-21 23:06:14 +0000 UTC; Views: 153; Favourites: 0; Downloads: 0
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Description A manhã acordou aborrecida, cinzenta e fechada, naquele dia ela tinha acordado excepcionalmente tarde devido aos ventos que tinham soprado as nuvens para cima do sol nascente.
Mas, não apenas ela acordara aborrecida, cinzenta, fechada e tarde, também a menina de nome Catarina.
Ela sentou-se em sua cama, olhou para a cama ao lado da sua e viu que a irmã já não estava lá. Acordara tarde e como odiava isso! Pôs se de pé e caminhou até o banheiro, escovou os dentes, penteou os cabelos curtos cobre, foi descendo a escada.
Encontrou a sala desarrumada, como já era de se esperar, ninguém se dera ao trabalho de organizar os livros, jogar o lixo fora, ou fazer a colcha do sofá, ao contrário de desfazê-la.
Arrumou tudo, cada detalhe que suspirava por ordem, cada coisa que sua perfeição gritava-lhe. Só mais uma coisa, minha querida, varrer a sala. Então, foi ir porta afora, cruzou o quintal sujo pela ventania com suas cadelas esfregando-se em suas canelas. Pegou a vassoura e a pá que se apoiavam nas paredes, girou os calcanhares e fez caminho-de-volta.
A vassoura escorregava de suas mãos suadas e arrastava no chão, causando trabalheira à menina Catarina que, de estatura pequenina, tinha que manter os braços erguidos para não sujar a piaçava com a poeira do quintal. Mas, não iria sujá-la com a poeira de casa? E, não era tudo poeira igual? Caminho-de-volta com vassoura arrastando, cruzar um quintal parece uma aventura para uma menina de criatividade e pensamentos tão fluídos quanto os da Menina catarina.  
Caminho-de-volta feito, foi fechando a porta da sala para as cadelas não entrarem, e, por algum motivo, contou uma cadela, duas cadelas, mas, não contou três cadelas, que seria o número certo de cadelas naquele conjunto matemático ordinário e infantil.
Hum. Onde estaria a terceira? Pelagem branca, estrutura pequena, poodle. Lá estava ela, não muito ao longe da porta, de modo que Catarina a encontrou num simples subir de olhar. É, lá estava ela, não havia dúvidas, ela estava lá, junto da rede velha que servia de colchão, junto de um embrulhinho preto e felpudo.
Foi fechando a porta, novamente, e, por outro motivo ignóbil, contou um embrulhinho felpudo, um embrulhinho felpudo, mas, contou exatamente um embrulhinho felpudo. O que, diabos, era um embrulhinho felpudo em vez de nenhum?
Foi indo para a rede velha, a cadela branca ia pegando o embrulho e levando embora, mas Catarina rosnou, enxotando-a e mandando deixar o embrulho no lugar. A cadela fez tudo que ela ordenara, e com um olhar de quem havia feito coisa errada. Catarina franziu o cenho sem entendê-la, voltou a olhar o embrulho e a andar para um pouco mais perto dele, levou as mãos à boca e soltou um gritinho pálido, parou.
Era um pássaro, o embrulhinho era um pássaro! Um filhotinho largado. Estava morto, ela pensou, e ia dando meia volta afastando a mente daquela morbidez, quando o embrulho mexeu a cabeça e ofegou. Como movida à eletricidade, correu para perto dele.
São Longuinho, estava vivo! Respirava, pulsava vivacidade em suas veias!
E aí? O que fazer com ele?
Tiraria o dali, e rápido! Dar-lhe-ia água. Muito bem, é só pegá-lo e... Pegá-lo? Aquela criaturinha molinha que podia estar machucada? Além do mais, suas garrinhas prediam-se na rede velha de tal forma, com tal brutalidade e delicadeza. Porém, teria que pegá-lo, de um meio ou de outro, nem que tivesse que levar a rede velha junto, mas, como seria melhor se não tivesse! Então, o jeito era tirá-lo de lá.
Catarina ajoelhou-se ao lado do pássaro e foi puxando garrinha por garrinha da rede. Ele estava tão assustado que nem reagia, durante toda aquela demorada e dificultosa operação de desgrudá-lo da rede, ele não ousou fazer outra coisa se não exercer a apatia.
A menina sentia o suor escorrer pela testa, que medo de machucar aquela coisinha, e que nervoso daquelas pincinhas que se encolhiam ao desprendê-las! Se pudesse ao menos secar a testa. Tremeu ao ver suas patas se contorcerem tanto ele quanto ela. E, logo, estava livre, na verdade, não exatamente livre, já que agora estava agarrado aos dedos magricelos de Catarina. Muito bem, onde havíamos parado? Ah, sim! A água.
Catarina se pôs de pé, o passarinho mexeu a cabeça e seu coração novamente pulsou rápido, bem como havia feito ao encontrar a menina, só que, agora, aquilo não era bom sinal, já sabia que estava vivo, então, estava vivo e assustado. Tudo que Catarina menos queria era que ele criasse medo dela, queria tê-lo como amigo.
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Comments: 6

TSMedina [2007-10-27 01:20:28 +0000 UTC]

finalmente encontrei alguem q tambem escreve em portugues! LOOOL
adorei o teu texto, mesmo..!


desculpa a invasao e s kiseres, vai espreitar os meus textos lol
bj*

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Porcelain2Doll In reply to TSMedina [2007-10-27 13:58:32 +0000 UTC]

nya! obrigada! é realmente muito bom conhcer pessoas que também ecrevem em português!
e muito obrigada, também, por ter me adicionado! n_n
irei, sem dúvidas, ler seus textos!
bjs \o

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Nisai [2007-10-21 23:37:15 +0000 UTC]

Nya... adorei essa... *-*~

nha? "deixaram de se conhecer" vc disse? ._.

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Porcelain2Doll In reply to Nisai [2007-10-22 15:02:15 +0000 UTC]

domo arigatou \o
aham, "deixamos de nos conhecer"... .-.

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Nisai In reply to Porcelain2Doll [2007-10-22 15:48:59 +0000 UTC]

por**, era pra vc me explicar... como assim "deixamos de nos conhecer"? XD

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Porcelain2Doll In reply to Nisai [2007-10-22 18:11:18 +0000 UTC]

ahn, ele foi com os pais dele... XD

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